O argumento cosmológico: provando a existência de Deus a partir da causa primeira

Introdução: Compreendendo o argumento cosmológico

Um dos tópicos mais duradouros e debatidos na filosofia e na teologia é a questão da existência de Deus. Entre os muitos argumentos apresentados ao longo dos séculos, o argumento cosmológico destaca-se como um dos mais persuasivos. Este argumento procura provar a existência de uma “causa primeira” ou uma razão suficiente para a existência do universo. Neste artigo, analisaremos o argumento cosmológico, exploraremos as suas principais variações e discutiremos como a ciência moderna apoia as suas conclusões.

Qual ​​é o argumento cosmológico?

O argumento cosmológico é uma família de argumentos relacionados que se concentram todos na mesma questão básica: Por que existe alguma coisa? Mais especificamente, examina a existência do universo e procura explicá-lo através do conceito de causa primeira – algo ou alguém que é responsável pela existência de todo o resto. O argumento sugere que deve haver uma razão ou explicação para a existência do mundo, e essa explicação é frequentemente identificada como Deus, um ser transcendente além do espaço e do tempo.

O argumento da contingência

Uma versão do argumento cosmológico é conhecida como argumento da contingência. Este argumento postula que tudo o que existe tem uma razão ou explicação para a sua existência. A explicação poderia ser interna, baseada na necessidade de sua própria natureza, ou externa, derivada de outra coisa. De acordo com esta visão, o universo deve ter uma explicação para a sua existência, e essa explicação é Deus. Este argumento foi apoiado por filósofos como Leibniz, que argumentou que o universo não pode ser autossustentável e deve ter uma causa externa a si mesmo.
A ideia de contingência implica que a existência do universo não é necessária. Em outras palavras, o universo poderia ter existido de uma forma diferente, ou talvez nem existido. O fato de existir requer uma explicação. O argumento sugere que a única explicação suficiente é um ser que existe por necessidade – um ser que não depende de mais nada para a sua existência. Este ser é identificado como Deus.

O argumento para uma causa primeira temporal

Outra variação do argumento cosmológico é o argumento a favor de uma primeira causa temporal. Este argumento é bastante simples e segue uma estrutura lógica direta. Começa com a premissa de que tudo o que começa a existir deve ter uma causa. O universo começou a existir, portanto, o universo deve ter uma causa. Esta causa, segundo o argumento, é Deus, o criador transcendente.
Este argumento tem sido um ponto significativo de discussão ao longo da história. Durante a Idade Média, filósofos como Tomás de Aquino defenderam-no contra o ceticismo. No entanto, durante o período do Iluminismo, figuras como David Hume e Immanuel Kant criticaram o argumento, levando-o a cair em desuso por algum tempo.

Reavivamento na Era Moderna

No século 20, o argumento cosmológico ressurgiu. Os filósofos modernos do mundo de língua inglesa começaram a defender estes argumentos tradicionais com vigor renovado. Este período foi descrito como um “renascimento” da teologia natural, onde os argumentos a favor da existência de Deus estão sendo reexaminados e apoiados por pensadores contemporâneos.
Entre estes argumentos, o argumento cosmológico ganhou atenção significativa, em parte devido ao desenvolvimento de novos conhecimentos científicos. A descoberta da expansão do universo, a teoria do Big Bang e outras descobertas astrofísicas forneceram evidências empíricas que apoiam a ideia de que o universo teve um começo.

Suporte científico para o argumento cosmológico

Um dos desenvolvimentos mais interessantes em favor do argumento cosmológico vem da cosmologia moderna. Na Idade Média, os filósofos não tinham acesso a evidências científicas que pudessem confirmar se o universo teve um começo. Em vez disso, confiaram no raciocínio filosófico para argumentar contra a ideia de um passado infinito ou de um regresso infinito de causas.
No entanto, com o advento das descobertas astrofísicas modernas, temos agora evidências empíricas sólidas de que o universo começou a existir. A expansão do universo, observada através de ferramentas como o telescópio Hubble, mostrou que o próprio espaço e o tempo tiveram um ponto de partida. Esta confirmação científica alinha-se com a premissa do argumento cosmológico de que o universo não é eterno, mas contingente.

O Big Bang e o Início do Universo

A teoria do Big Bang é uma evidência fundamental que apoia o argumento cosmológico. De acordo com esta teoria, o Universo expandiu-se de um estado extremamente quente e denso há cerca de 13,8 mil milhões de anos. Esta expansão marca o início do espaço e do tempo como os conhecemos. O conceito de um começo finito para o universo se ajusta perfeitamente ao argumento em favor de uma causa primeira. Se o universo teve um começo, deve ter uma causa, e a causa deve ser algo fora do espaço e do tempo.
Além disso, o ajuste fino das constantes do universo, como a constante cosmológica, tem sido outro ponto a favor do argumento. Os valores precisos destas constantes permitem a existência de vida, e a probabilidade destes valores ocorrerem por acaso é incrivelmente baixa. Esta observação fortalece a ideia de que o universo foi projetado intencionalmente, apoiando ainda mais a noção de um criador transcendente.

Harmonia Filosófica e Científica

A harmonia entre o raciocínio filosófico e a evidência científica é o que torna o argumento cosmológico tão convincente no clima intelectual de hoje. Os filósofos há muito defendem a necessidade de uma causa primeira, mas agora a ciência está a dar peso adicional a estes argumentos. A evidência empírica recolhida na cosmologia sugere que o universo teve um começo, e esse começo requer uma explicação. O argumento cosmológico oferece uma explicação coerente na forma de um criador transcendente.
Embora alguns críticos argumentem que o universo poderia ter surgido de causas puramente naturais, sem a necessidade de um ser divino, o argumento cosmológico continua a ser um tema robusto e amplamente discutido tanto nos círculos filosóficos como científicos.

Conclusão: um forte argumento para a primeira causa

Em resumo, o argumento cosmológico apresenta um argumento poderoso para a existência de Deus como a primeira causa do universo. Quer o examinemos através das lentes da contingência ou através do argumento a favor de uma causa temporal, permanece a conclusão de que o universo não pode explicar a sua própria existência. As descobertas científicas modernas, como a teoria do Big Bang, apoiam ainda mais a ideia de que o universo teve um começo, dando credibilidade ao argumento cosmológico.
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